
Química. Está aí algo fundamental em qualquer trabalho que envolva mais do que uma pessoa. Tome os Beatles, por exemplo. Seria a mesma coisa se ao invés de Ringo Starr tivéssemos Staurt Sutcliffe? E como seria a copa de 94 sem Bebeto e Romário? E seguem exemplos infinitos, uma lista enorme mesmo. Dessa, certamente faz parte também a dupla Neil Gaiman e David McKean.
Pelo menos para nós, fãs de quadrinhos, dá para dizer sem nem piscar os olhos que se esses dois não tivessem começado a trabalhar juntos há mais de 20 anos atrás, a idéia de quadrinhos para adultos seria bem diferente. É por isso que Violent Cases (lançado em 1987, mas chegando aqui no Brasil no começo deste ano) é tão especial: trata-se da primeira graphic novel publicada pela dupla. Depois dessa, muitos outros trabalhos de sucesso viriam, entre eles, é claro, Sandman.
O irônico aqui é que normalmente o texto de Gaiman se sobressai em relação à arte do McKean, mas em Violent Cases é o contrário. Na história do garotinho que descobre que seu osteopata trabalhara com Al Capone, o que fala mais alto são as imagens. Não que o texto seja ruim, pelo contrário. Levando em conta que é uma história de memória, o narrador recria muito bem as condições complicadas de quando recorremos ao que lembramos: espaços em brancos, momentos que não sabemos encaixar com determinados eventos e por aí vai.
Mas é na arte de McKean que isso fica ainda mais evidente. Como quando mescla figuras do passado com figuras do presente de modo bastante sutil (as estrelas da roupa do mágico sobre o sujeito que aparece para conversar com o osteopata, por exemplo). A curiosidade fica por conta do fato de que a HQ foi originalmente publicada em p&b - na realidade fico bem curiosa para ver um exemplar dessa época. (Resenha por Anica)
Violent Cases - Neil Gaiman e David McKean
Tamanho: 15,02 mb
Formato: jpg
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